terça-feira, janeiro 03, 2006

Exactidão

Letrado em fraude, erudito respeitado pelos demais. O pano caí, lentamente, assim como ouves o vagaroso escurecer do génio, o contínuo movimento das moléculas de ar sugere-te, felizmente, que tudo o que avistas nascer é, afinal, fruto de anos prosperamente construídos sobre uma centena, um milhar, até, de sórdidas conversas sem conclusão, sem brilho e sem carisma duradouro. Não obstante, a velha máxima do fim que sempre se faz acompanhar, e bem, da bonança, ameaça-te, advertindo o teu até então bem-aventurado olhar, que o poeta está, também, condenado a ser profeta perpetuamente.

Mariana d’As Luas de Júpiter

3 Luas Feitas:

Blogger A Burra Nas Couves viajou...

Não sei se em Júpiter também se entrou num novo ano, mas se for o caso: Feliz Ano Novo, Mariana!! Devo confessar a minha adicção a este blog e às tuas palavras. Sei que um comentário de vez em quando, sabe bem, mas a grande maioria das vezes que aqui venho, fico tão deliciosamente aparvalhado com o que leio, que fico sem palavras. Acto seguido, sinto um estúpido complexo de culpa, como se devesse dizer alguma coisa em troca, como um aplauso verbal executado de pé. Mas já me tinha ensinado a minha avó, que quando não se tem nada de jeito para dizer está-se calado, nem que seja para aplaudir. Por isso, cumpro um respeituoso silêncio, ocasionalmente interrompido só para te continuar a manifestar o meu apoio e admiração pela tua fabulosa escrita, e dizer-te que ainda que silencioso, continuo aqui, lendo, e disfrutando muitíssimo. Obrigado, Mariana

10:52 da manhã  
Anonymous Anónimo viajou...

"Gosto de ti", eis a frase que mais eco me faz. Tantas vezes dita que hoje me soa: "és uma ameaça e, assim que puder, apunhalo-te pelas costas". De facto.

Eis a manipulação mascarada, tão mascarada que poucos dão por ela.

Gosto de ti: um punhal imenso, cravado no peito. Onde mais doi, de onde nunca mais sairá.

Uma ferida no que tenho de mais precioso e que nunca esquecerei.

Cai o pano. Lentamente, cai.

1:04 da tarde  
Anonymous Anónimo viajou...

Parece que alguém enfiou a carapuça, mas não se pode esquecer, que muitas vezes os poucos que dão por ela são muitos. E parece que é o caso.

8:16 da tarde  

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