terça-feira, novembro 15, 2005

Mudo;Sem título.

O sangue escorria-lhe lenta e morbidamente, pela face húmida, estragada, envelhecida. Não havia nada, absolutamente nada, que fizesse sair o extravagante abstracto, senhor de si, proprietário da sua pessoa, fidalgo de vidas e mortes alheias, ilustre aristocrata de mundos vagamente perdidos. Sei onde estou, sei que corpo é este que veneras acima de qualquer outro, era subtil o teu movimento brusco, era elegante a tua postura grosseira, é grandioso teu peito ilustre, já dizia o poeta, as horas mortas rodeiam a sombra nítida do teu olhar, cintilante, lúcido e danoso, arrogante e mergulhado em gentileza; Traçou-lhe uma rota, pouco nítida, fugaz, suficiente para confundir os bagos de oxigénio, resistentes ao ar comprimido e prepotente do pequeno espaço.
Havia um corte no lugar. Não era silêncio, não era retiro, não era coisa alguma adequada a um mero e insignificante adjectivo.


Mariana d’As Luas de Júpiter

segunda-feira, novembro 14, 2005

de Fantástico; Cesário.

"Se eu não morresse nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!"

Cesário Verde.


Mariana d'As Luas de Júpiter