sábado, março 31, 2007

Primeira palavra.

Primeiro, um silêncio sepulcral, o bater acelerado do coração, que se desvaneceu perante o desgaste dos dias, e depois, o retorno.

Pousou a chávena de chá, com uma lentidão quase excessiva, os olhos postos no líquido inexistente, ao lado alguém fumava, insistindo em partilhar com ele uma séria mistura de químicos potencialmente mortais, ao fundo do café uma discussão idiota fazia abafar todas as outras vozes, á entrada uma máquina, velha, claramente insultada durante muitos anos, tocava uma música igualmente arcaica. E não sustendo a pressão, declarou, numa voz sacudida,

- É verdade, caríssimos, atentai bem no que vos digo. As Luas de Júpiter voltaram, ávidas, serenas na sua característica inquietude.

Mariana d’As Luas de Júpiter