domingo, janeiro 29, 2006

Distinto valor, frio.

Não tem nada a dizer. As declarações ficaram feitas, lá atrás, quando ainda dormiam, inocentemente, os sonhos, as prosaicas canções de embalar. E como para bom entendedor, meia palavra basta, o refugo quotidiano deixou-se, finalmente, poetizar.
Ouvi dizer que nevou?

Mariana d’As Luas de Júpiter.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Carta certa.

De acordo com todas as teorias inerentes á decadência e decomposição daquela coisa, esquisita, por sinal, já que assim é considerada por demasiados, que é a alma, dá-se como coisa certa, e bem definida, que tudo o que é de valor se levará ao tal lugar onde o objectivo é, sem dúvida, por tudo em pratos limpos.
Límpido.


Mariana d’As Luas de Júpiter

sábado, janeiro 14, 2006

Places.

You don’t wanna rise
Because you’re scared of falling
Perfer to remain down
With you feet stuck to the ground

Pull you into places
Where you don’t belong
Into spaces
Where you don’t come from
Isn’t it amazing
The way we carry on
Try to leave traces
When we are gone

Patrice - Household


Mariana d'As Luas de Júpiter

terça-feira, janeiro 10, 2006

Energia.

Lisboa treme, e a minha pessoa, apática, nada sente, patavina, apenas um fatigado sono, apenas um breve odor a moleza.

"Don't worry about a thing,
'Cause every little thing gonna be all right.
Singin': "Don't worry about a thing,
'Cause every little thing gonna be all right!"

Mariana d’As Luas de Júpiter

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Anote; Oiça.

É, enfim, pobre. Sabe das razões, das causas, e dos consequentes efeitos, sabe-o, porque esteve lá, presenciou, assinou como se do seu sangue lhe estivessem a tirar a verdade, rubricou aquilo que de mais precioso lhe pudessem achar, e, no fim, roubou a sua própria dignidade, e a dos outros, fez o maior desfalque de que algum mortal tem lembrança, que ficará, já nem os Deuses duvidam, na história, na minha, na da sua própria pessoa, e na de qualquer um que se queira sentar e ouvir a extensa narrativa. Pois é que, após ter feito tal grotesco desfalque, tamanha falcatrua, de deixar o Todo-Poderoso de cabelos em pé, se vem a arrepender, a ter escabrosos pesadelos, a sentir que se lhe foge chão, e mal o descansa a derradeira noite; tudo a seu tempo. Já antes se viram post-its possuidores de pequenas anotações, recados, agora, nada mais do que silêncio, e um silêncio apertado nas palavras, como a cor púrpura do teu nome.

Mariana d’As Luas de Júpiter.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Exactidão

Letrado em fraude, erudito respeitado pelos demais. O pano caí, lentamente, assim como ouves o vagaroso escurecer do génio, o contínuo movimento das moléculas de ar sugere-te, felizmente, que tudo o que avistas nascer é, afinal, fruto de anos prosperamente construídos sobre uma centena, um milhar, até, de sórdidas conversas sem conclusão, sem brilho e sem carisma duradouro. Não obstante, a velha máxima do fim que sempre se faz acompanhar, e bem, da bonança, ameaça-te, advertindo o teu até então bem-aventurado olhar, que o poeta está, também, condenado a ser profeta perpetuamente.

Mariana d’As Luas de Júpiter